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A relação da obesidade
e o coronavírus

Cerca de 70% dos internados por Covid-19 estão com excesso de peso.

A pandemia de Covid-19 colocou no rol de notícias da mídia a constante comunicação de número de contaminados, por meio dos testes de positividade e, também de forma muito contundente, o dado alarmante do número de mortos diariamente nos jornais e telejornais.

No entanto, em paralelo às notícias gerais, a associação de fatores de risco, marca forte presença. A obesidade, diabetes, hipertensão, desnutrição e fragilidades gerais associadas ao idoso, colocam maior risco a população com essas morbidades.

Segundo dados do sistema inglês de saúde, 71% dos internados por Covid-19 estão com obesidade ou excesso de peso. Outro trabalho inglês desenvolvido recentemente, analisou 196 pacientes internados consecutivamente em um período de 4 dias, houve mais de 8% de mortalidade, o que muito preocupa, ainda mais por que 40% dos pacientes tinham menos de 60 anos.

Entre o mês de março e meados de abril desse ano, dados da população brasileira mostram que em torno de 20% estão obesos e 57% com excesso de peso. A obesidade e o sobrepeso há muito estão entre as preocupações de gestores de saúde pública e profissionais de saúde.

A relação entre obesidade e coronavírus passa por várias teorias e análises. Conhecer os motivos dessa associação e como identificar os pacientes que poderão complicar durante a internação hospitalar pode auxiliar no planejamento e execução de muitas medidas curativas.

Entre as inúmeras tentativas de explicar a associação de obesidade e pior prognóstico por infecção de coronavírus surgem algumas explicações com fundamento científico.

– O grupo de obesos, via de regra, possui outras comorbidades (diabetes, hipertensão, alterações renais, insuficiência cardíaca…);

– Os obesos apresentam um quadro comum: “inflamação crônica”, processo relacionado a baixa imunidade;

– A obesidade altera a resposta rápida dos glóbulos brancos, em virtude do acumulo de células gordurosas;

– Obesidade impacta diretamente com o bom funcionamento dos aparelhos respiradores, levando a maior tempo de intubação e infecções pulmonares

Por outro lado, pessoas com obesidade mas com metabolismo estável, adequado controle da glicemia, níveis ideais de pressão arterial e massa muscular preservada, apresentam boa evolução clínica, muito diferente dos obesos instáveis e sem controles adequados. Em outra realidade atual, temos os pacientes operados por cirurgia bariátrica, estes devem ter uma atenção redobrada, via de regra essas cirurgias são disabsortivas, isto é, os pacientes absorvem mal alguns nutrientes como proteínas, vitaminas e minerais, tornando os desnutridos e com risco relativo ao Covid-19.

Dessa forma, certamente a quarentena não é o momento de dietas especiais e malucas para emagrecer, mas os cuidados com controle de glicemia, atividade física e redução do sal deve ser a meta no médio prazo.

FONTE: https://www.veja.abril.com.br

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